CONHEÇA MINHA FÃ PAGE

FÃ PAGE:
CLIQUE AQUI E CONHEÇA MINHA VIDA DE ESCRITOR.

28/02/2009

UMA FUNDAMENTAÇÃO PESSOAL PARA AS OFICINAS DO PROJETO ÔNIBUS-BIBLIOTECA


SUJEITO INTERATIVO: NEM PASSIVO, NEM ATIVO


Adriano Messias

Dentre os pensadores da Educação que mais aprecio está o sócio-interacionista Lev Vygotsky, que ainda merece ser muito estudado. Ele enfatizou a importância do meio social e da base cultural na estruturação da personalidade do educando. Sempre acreditei nisso e já escrevi sobre a intersubjetividade na formação do caráter e na estruturação das relações comunicativas entre as pessoas. Entendo que, no espaço que se constrói entre “um” e “outro” – espaço este sempre em transformação, híbrido e deslizante – serão solidificados os mais importantes valores e as experiências mais notórias da vida.

Vygotsky foi um educador que considerou a interação social e a dimensão histórica no desenvolvimento mental do indivíduo. Isso, em nossos dias, não deveria apresentar nenhuma novidade, pois há décadas vários estudiosos se empenham na abordagem social e histórica para a compreensão do ser humano e de suas interações. Mas o trabalho teórico nem sempre se casa com o exercício ou com a aplicação do pensamento na realidade.

Pensemos um pouco mais sobre as elaborações de Vygotsky: para ele, a construção do conhecimento é sempre mediada por diversos sujeitos, que agem sobre o que chamamos realidade, para, assim, nela interferirem. Esta experiência social no campo cognitivo originou o que ele chama de “zona de desenvolvimento proximal” – que se relaciona à distância entre o nível de desenvolvimento atual de uma criança para solucionar problemas sem ajuda de alguém com mais experiência, e o nível potencial de desenvolvimento – que é a capacidade de a criança resolver problemas com ajuda de pessoas mais experientes.

Aqui entra minha compreensão de oficinas em projetos como o do Ônibus-Biblioteca. Escrevi os parágrafos anteriores para que me faça ser mais bem entendido, pois o educador adulto é alguém que tem de colaborar para que a criança ou o adolescente crie novas atitudes em relação à realidade. Isso se faz por meio, por exemplo, do faz-de-conta, da brincadeira, do desenvolvimento de atitudes voluntárias, de motivações e até mesmo a construção de projetos de vida. Todo indivíduo – e aqui entendamos a criança, em especial – já traz consigo uma bagagem de conhecimento e experiências adquiridas, a qual pode ser entendida como a “zona de desenvolvimento real”. Estas experiências podem estar além ou aquém do que se estabelece como ideal para uma certa faixa etária em um certo universo sóciocultural. Por exemplo: um garoto de 10 anos que está no quarto ano do ensino fundamental, mas ainda não domina a técnica da leitura, está aquém do que se espera para um estudante brasileiro da mesma idade. Uma menina de dois anos que ainda não verbaliza nenhuma palavra parece estar aquém do desenvolvimento esperado em sua faixa etária.

Aqui surge o conceito da “zona de desenvolvimento proximal”: aquela em que há a necessidade de alguém mais experiente para ajudar, orientar, esclarecer o educando. E como esse alguém mais experiente pode contribuir? No brincar – pois é aí que a criança usará seu universo simbólico para construir seu mundo e seus valores. Esse brincar está presente em numerosas atividades: na leitura de um livro, no contato com um texto, na exposição a diversas obras literárias, musicais, plásticas... Brincando, ela aprende, ela reconstrói, ela negocia, ela refaz. Por isso me angustio quando percebo alguém oferecendo a uma criança um livro, uma história, um jogo, um brinquedo sem que o mesmo esteja relacionado a uma visão mais interativa entre os sujeitos.
Vygotsky entendia o brincar se transformando em desejo e prazer. Esta é a base para se fazer escolhas conscientes na vida dentro de uma postura ética, lidando com situações que depois irão se relacionar ao pensamento abstrato. Por isso defendo que, mais do que simplesmente brincar para se divertir – e oferecer uma brincadeira por diversão -, temos de entender que uma atividade serve para a construção da personalidade da criança e de sua inserção social e cultural em um mundo multifacetado, com diversas seduções, com caminhos tão antagônicos e díspares. Se não for assim, qualquer atividade com intenção educativa será inválida, será inútil, seja ela uma oficina, uma aula, uma visita a uma exposição.

13/02/2009

PROJETO ÔNIBUS-BIBLIOTECA



"Em vez de esperar em casa pelo seu público,
vai em busca do seu público onde ele estiver" (Mário de Andrade, sobre a Biblioteca Circulante - 1936)


O projeto dos ônibus-biblioteca é uma parceria da Prefeitura de São Paulo com a Libre – Liga Brasileira de Editoras. São quatro veículos em cor amarela, tendo no vidro interno do fundo a fotografia do primeiro carro a prestar este serviço à cidade. A idéia original foi implantada em 1936 pelo escritor Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura da cidade. O projeto foi vencedor do Prêmio Viva Leitura 2008 na categoria Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias.

O primeiro - Foi a Ford que construiu e doou um modelo de caminhonete-biblioteca que visitava periodicamente vários lugares da cidade, como o Largo da Concórdia, o Jardim da Luz e a Praça da República. O serviço foi interrompido em 1942 pela necessidade de racionamento de combustível na II Guerra Mundial.

Em 1979, mediante convênio com o Instituto Nacional do Livro, o serviço foi retomado com uma perua Kombi adaptada.

Desde então, apesar de períodos de interrupção do serviço, os ônibus-biblioteca têm circulado pela capital paulista levando um acervo de livros de literatura infantil, juvenil e adulta, obras paradidáticas, de saúde, sexualidade, gibis e revistas.

12/02/2009

JOSÉ LINS DO REGO

José Lins do Rego é um dos meus escritores prediletos. Gosto de seus livros sobre a infância e a adolescência do Carlos, seu encontro com a vida e com as dificuldades que ela impõe.


11/02/2009

CORA CORALINA

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985), foi uma poetisa e contista brasileira.

Mulher simples, doceira de profissão, viveu longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários. Produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.



09/02/2009

SCHEERAZADE




Eu adoro Scheerazade, uma figura ímpar na literatura. O link que deixo aqui é para você acessar a resenha de um livro interessante, intitulada "Scheerazade e o jogo da travessia". A obra
resenhada discute o método terapêutico de Sheerazade, e foi escrita por Purificación Barcia Gomes.
Em outro site, a autora colocou seu belo texto As mil e uma noites e a Psicanálise - a eficácia psíquica da estrutura narrativa. Vale conferir os dois.

07/02/2009

20 HISTÓRIAS DE BICHOS DO BRASIL

Este livro traz histórias que foram tiradas da minha infância, das coisas que ouvi quando menino, que já sabia por ter lido em outros livros, ou que recuperei da tradição popular. Resolvi batizá-las de histórias de "bichos do Brasil" porque podem ser de animais de nossa fauna ou simplesmente de bichos que fazem parte de nossas lembranças.

06/02/2009

NUNCA DESANIME, VEJA O EXEMPLO DE PROUST

Eu sinto muito, mas não serve
Valor Econômico - 06/02/2009 - Por Robinson Borges
O início de carreira para um escritor não é nada fácil, nem para os mais talentosos. Considerado uma das grandes referências literárias do século XX, o francês Marcel Proust recebeu um não bem redondo logo de início, quando os manuscritos de seu magistral Em busca do tempo perdido foram recusados por ninguém menos que André Gide, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura e fundador da editora Gallimard, na França. É claro que depois que o livro foi publicado, entre 1913 e 1927, Gide passou a lamentar o resto da vida pela recusa, uma falha em seu currículo de editor. Mas a palavra rejeição parece ser um substantivo bastante familiar tanto para quem escreve quanto para quem edita. Foi esse universo constrangedor e comum no mundo das letras que inspirou o escritor canadense Camillien Roy a escrever um curioso, criativo e sobretudo divertido livro A arte de recusar um original (Rocco, 143 pp., preço a definir). Roy fez um ensaio com 99 possíveis cartas de rejeição de um original enviado a diferentes editoras por um escritor em início de carreira.