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O livro A Rua da
Bananeira traz algumas características que, acredito, fazem parte de meu
estilo como escritor: o senso de humor e certa tendência ao surrealismo e ao nonsense,
ao mistério e ao encontro com o sobrenatural.
Além de algumas
palavras e expressões que fazem parte do regionalismo mineiro (como “brio”,
para “brilho”, e “moa”, que significa “um monte de gente reunida”), coloquei
também quadrinhas sobre bananeiras, as quais abrem cada capítulo. Todas elas
foram aproveitadas do cancioneiro popular de nosso país.
No enredo, vamos nos
deparar com duas personalidades opostas: Dona Gertrudes e Dona Selminha,
vizinhas que “brigam” o tempo todo.
A primeira, divertida,
adora crianças, plantas e bichos.
A segunda,
introspectiva e perversa, se compraz em ler os obituários e as páginas de
assassinatos dos jornais, e também a colocar cacos de vidro pelo jardim, para
impedir as crianças de apanharem as bolas perdidas.
Além da meninada bem
cheia de animação da rua da bananeira, o livro traz causos e mais causos. Há,
ainda, uma misteriosa menina de uma perna só... E ela, claro, Amarília, a
bananeira em torno da qual se desenvolve a história.
Construída a partir das
memórias do narrador, que vai se lembrando de fatos e acontecimentos da bucólica
ruazinha, a narrativa incorpora elementos da cultura popular brasileira:
quadrinhas, simpatias, benzeções, chás e plantas medicinais, brincadeiras, cantigas,
ditos populares...
Engraçada e cheia de
mistério, a história, narrada em linguagem bem próxima ao coloquial, é uma
amostra – também na ilustração – de um universo quase desaparecido, ou, quiçá,
submerso no processo de urbanização no Brasil.
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