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25/03/2011

O LIVRO PASSA PELO CORPO


Se o livro e a leitura não passarem pelo corpo, nada de nossos esforços se efetivará.
Veja que neste mundo hipertextualizado ainda não surgiu nenhum Shakespeare na internet - e são tantos os que carregam a bandeira das facilidades e das benesses do mundo virtual.
Será por quê?
Porém, parece que os grandes homens ainda se farão no silêncio das linhas, segurando e rabiscando um livro, preenchidos pelos rumores de tudo o que se revela no conjunto insuspeito das palavras.
Por isso, o livro não irá desaparecer.
Por isso, precisamos mostrar aos bibliotecários que, se não levarem o corpo em consideração, todo estímulo à leitura será em vão.
É preciso folhear, cheirar, rabiscar, sangrar o livro, e tirar de vez por todas a ritualística sacra que se instaurou há séculos em torno do objeto livro - que a muitos ainda amedronta e afugenta.
O livro, desde Gutenberg, e mesmo antes, sempre foi apêndice do corpo, extensão dos dedos e janela do olhar.
Enquanto os homens esticam os pescoços na forma de telescópios e microscópios para investigarem o não visto, é o livro que rompe definitivamente com a barreira do invisível e, só por ele, conseguimos devastar outros mundos.
Mas isso só acontecerá se virarmos nossos corpos junto com as folhas...

(* Não é uma apologia ao império exclusivo do livro, mas uma lembrança a nós todos, internautas apaixonados, de que nossa relação com o livro impresso é muito mais orgânica do que com a tela estática do computador.)

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